terça-feira, 23 de abril de 2013

Demon Hunter: “As bandas de metal cristão hoje tem mais respeito do que antigamente”


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Após alguns anos de espera, a banda norte-americana de metalcore Demon Hunter finalmente desembarca no Brasil para duas apresentações. Ryan Clark (vocal), Patrick Judge (guitarra), Jeremiah Scott (guitarra), Jonathan Dunn (baixo) e Yogi Watts (bateria) se apresentam em São Paulo (27/04 – Inferno Club) e Rio de Janeiro (28/04 – Teatro Odisséia).
Atualmente, o grupo trabalha na divulgação do seu último CD “True Defiance”, lançado em 2012. Com ótimas críticas, o álbum impulsionou uma longa turnê mundial, que incluiu shows ao lado de grandes bandas como In Flames nos Estados Unidos e Canadá, uma passagem pela Austrália e a então, muito esperada, turnê sulamericana.
Em entrevista exclusiva à The Ultimate Music, o vocalista Ryan Clark comenta sobre o mais recente álbum da banda “True Defiance”, a sua expectativa de tocar pela primeira vez no Brasil e revela como as bandas de metal cristãs ganharam mais respeito com o passar dos anos.
Por Juliana Lorencini
Edição Costábile Salzano Jr
dh10_05Esta é a primeira vez que vocês vêm ao Brasil, sendo assim, qual é a expectativa de vocês para os shows no país?Ryan Clark: Temos recebido milhares de convites para tocar no Brasil durante os últimos anos, então esperamos uma boa oportunidade para irmos à América do Sul. Ouvimos que os fãs ai são incríveis! E estamos muito animados para que finalmente possamos tocar por aí!
Qual o seu principal cuidado ao montar um setlist para uma nova turnê? O fato de ser a primeira vez que vocês tocam no Brasil influencia a escolha das músicas?Ryan Clark: Gostamos de ter certeza que tocamos uma boa seleção de antigas e novas músicas. Definitivamente queremos incluir o maior número de singles e as músicas favoritas dos fãs. Quanto mais álbuns lançamos, mais difícil é escolher, mas acredito que o setlist será muito bem recebido.
Antes de tocar aqui vocês estavam em turnê com o In Flames. Como foi está turnê pela América do Norte em geral?Ryan Clark: Essa foi uma turnê inacreditável. Uma das melhores que nós já fizemos! Nos divertimos muito conhecendo o In Flames e as outras bandas que estavam nesta turnê, e os shows foram ótimos! Foi uma honra pode tocar ao lado de uma banda que todos nós temos tido muita consideração nos últimos 15 anos. O In Flames sempre foi uma influência para nossa música, então foi incrível dividir essa experiência com eles.
Vocês lançaram “True Defiance” em 2012. Este é o sexto álbum de estúdio da sua carreira. Como foi o processo de composição e gravação deste álbum? Gostei muito da arte da capa, quem a desenhou?Ryan Clark: A ilustração da capa foi criada por um artista chamado Justin Kamerer e você pode saber mais sobre ele acessando seu site neste link: angryblue.com.
O processo de gravação de “True Defiance” foi bem parecido com a forma como costumamos trabalhar. Temos nosso processo abaixo para uma ciência nesse ponto. Gosto de estar extremamente preparado quando entramos em estúdio e a experiência de estar em estúdio assim é mais interessante, porque você é capaz de ouvir novas e interessantes partes adicionadas a músicas que ficaram intocadas por meses.
Minhas impressões sobre “True Defiance” são de que os vocais estão mais agressivos e nos lembram os primeiros álbuns do Demon Hunter, assim como as guitarras e bateria merecem certo destaque e soam um pouco diferente dos últimos álbuns. Você concorda com isso? O que mais você pode nos dizer sobre “True Defiance”?Ryan Clark: Há definitivamente um salto no tecnicismo em “True Defiance”. Nós sempre tentamos colocar nossas respectivas habilidades para teste em cada novo álbum. Certamente, não somos a banda mais rápida ou mais técnica, mas dentro do contexto que o Demon Hunter está, tentamos empurrar esses limites. O que resultou em “True Defiance” com ritmos mais rápidos, as guitarras mais técnicas, mais variedade nas estruturas das músicas e uma gama mais ampla vocal.
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Ainda falando sobre “True Defiance”, como tem sido o retorno por parte dos fãs e da mídia em relação ao novo álbum?Ryan Clark: A resposta do álbum tem sido muito positiva. Você nunca vencerá a todos, mas se eu estou falando em nome dos fãs mais antigos, o que temos ouvido tem sido muito encorajador.
“My Destiny” foi o primeiro single de “True Defiance” e ganhou um videoclipe. Como foi a sessão de gravação do vídeo?Ryan Clark: Gravar o vídeo foi ótimo. Gostamos de nos divertir fazendo nossos vídeos, então o clima no set é sempre muito descontraído. A filmagem foi feita ao longo de um dia muito extenso e o diretor filmou o resto da história (com os adolescentes) no final de semana seguinte. Ficamos muito satisfeitos com o resultado final.
Vocês são uma banda de metalcore com temática cristã. Quando decidiram começar a compor sobre esse tema?Ryan Clark: Nos termos de um tema espiritual, a banda é meramente uma extensão da minha visão de um mundo pessoal. Se eu fosse escrever sobre algo diferente, isso pareceria falso para mim.  Em última análise, não houve decisão de criar este tema para a banda, isso só ocorreu em virtude de nossas crenças.
Pelo fato de vocês serem uma banda cristã, em algum momento isso os atrapalhou durante a carreira? Ainda hoje, após muitosdh10_01 anos de banda e com sucesso reconhecido, vocês ainda sentem algum tipo de preconceito?Ryan Clark: Haverá sempre críticos que julgam a banda apenas em nossa posição espiritual, isto é inevitável. Entretanto, parece que essa questão é menos de uma preocupação dos fãs de Heavy Metal hoje do que era há uma década. Sempre houve um bom número de bandas cristãs que ajudaram a legitimar o gênero desde sua inserção e não acredito que isso tenha as pessoas como confusas ou adversas como no passado. Bandas cristãs costumavam ser infames por oferecer uma “versão cristã de” o que fosse popular na época – mais especificamente, eram notórios por roubar bandas não-cristãs de uma forma bastante ostensiva. Como a cena cresceu e mudou, muitas bandas cristãs tem pavimentado seu jeito único e original, e, portanto seguido de mais respeito. Hoje somos uma banda de respeito.
Quais foram suas principais influências musicais no início da carreira?Ryan Clark: Nossas maiores influências em termos musicais foram e são: Machine Head, Sepultura, Pantera, Fear Factory, Soilwork, In Flames, Deftones, Slipknot, Metallica, Prong, Scar Symmetry, Helmet, entre muitos outros.
Atualmente o que vocês têm ouvido? De alguma forma isso os influencia durante o processo de composição de um novo álbum?Ryan Clark: Não sou movido freqüentemente por um novo álbum de metal, então muito do que eu escuto é de fora do nosso gênero. Tento a ficar mais excitado com música eletrônica, ou algum pop ou rock… Escuto muito de muita coisa e penso que tudo de alguma forma informa minha escrita. Penso que escutar gêneros fora do metal ajuda o Demon Hunter a ficar acima de muitas bandas de metal de uma forma única.
Muito obrigada pela entrevista e, por favor, deixe um recado para o público brasileiro.Ryan Clark: Vejo vocês em breve!
Links relacionados:
http://www.demonhunter.net/main.php
http://www.twitter.com/demonhunterband
http://www.myspace.com/demonhunter
http://www.youtube.com/demonhuntermusic
Entrevista realizada para a The Ultimate Music e utilizada como material de divulgação da assessoria.


Sonata Arctica: “Não existe show ruim no Brasil! Os fãs são incríveis!”


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A Finlândia é famosa pela sua excelente diversidade cultural e musical. E, por mais incrível que pareça, o heavy metal tem sido o principal produto de exportação deste país nórdico. A quantidade e a qualidade das bandas surgem por lá chega a ser assustadora. Um ótimo exemplo disso é o Sonata Arctica. O grupo formado por Tony Kakko (vocal), Elias Viljanen (guitarrista), Marko Paasikoski (baixo), Henrik Klingenberg (teclado) e Tommy Portimo (bateria) é um dos grandes nomes deste cenário, ainda mais agora, com a conquista do disco de ouro com “Stones Grow Her Name”.
Prestes a desembarcar no Brasil, a The Ultimate Music teve a oportunidade conversar com o vocalista Tony Kakko para falar sobre diversas curiosidades sobre o novo álbum, a expectativa de reencontrar os fãs, além de outros assuntos pertinentes sobre a carreira do Sonata Arctica.
por Juliana Lorencini
edição Costábile Salzano Jr
normal_SonataArctica2012_promo_05A última vez que vocês estiveram no Brasil foi em 2010. Vocês se apresentaram em São Paulo e o show foi praticamente sold out. Quais recordações vocês tem dessa passagem e quais são as expectativas para esse retorno ao Brasil?
Tony Kakko: Esse foi show foi muito especial! Não acho que seja possível ter um show ruim no Brasil. O público é tão incrível, que por si só faz o show por nós. Espero que eles tenham gostado disso também. Acredito que nenhum de nós tenha uma expectativa diferente do que da última vez. Será como andar em uma montanha russa e espero que todo mundo esteja preparado para se juntar a nós!
No ano passado, vocês iniciaram a Stones Grow Her Name World Tour, que já passou por diversos países da Europa. Como tem sido a receptividade dos fãs até o momento em relação a “Stones Grow Her Name”?
TK: Tem sido em grande parte positiva. Estamos cada dia em rumo de uma nova direção e, felizmente, com isso, temos conquistado novos fãs. Espero que os brasileiros façam parte deste sucesso.
Sempre que um novo álbum é lançado, isso significa adicionar as novas canções ao presente setlist e remover algumas outras, alterações que nem sempre agradam os fãs. Como o Sonata prepara seu setlist a cada nova turnê? E de alguma forma há uma preocupação em agradar aos fãs?
TK: Fomos muito criticados no passado por tocar o mesmo setlist muitas vezes, o que na verdade nesse caso diz algo sobre os álbuns lançados. Tinhamos um monte de músicas de muitos dos álbuns que simplesmente não traduzem o momento. E isso é realmente infeliz. Mas com “Stones Grow Her Name” isso é completamente diferente. É ótimo ao vivo, divertido de tocar e fácil para “entender”. Então sim, tendo dito isso, renovamos MUITO nosso setlist desde a última vez. Não podemos ouvir muito o que os fãs dizem quando estamos montando o setlist, alguns gostam de sopa outros preferem salada e há elementos que não necessariamente compõe uma boa mistura. Abandonamos um monte de coisas “super rápidas” o que naturalmente não agrada aos fãs, mas por um outro lado, as pessoas que descobriram o Sonata Arctica mais recentemente, podem não gostar de “Blank File”. Acho que isso é fundamental primeiro agradar a si mesmo e fazer um setlist que você goste de tocar. E isso aparece quando a banda tem um bom momento no palco, isso faz um show melhor.
Falando um pouco sobre o mais recente trabalho “Stones Grow Her Name”. Como foi o processo de composição e gravação? Quais foram as principais influências de vocês para esse trabalho?
TK: KISS não tem nada a ver com isso, embora eu tenha escrito “K.I.S.S.” no meu desktop enquanto estava escrevendo as músicas. Mantenha isso como algo besta. Então eu apenas tentei escrever as músicas que soam mais como algo conhecido, algo como nós fizemos em “Ecliptica”, apenas um pouco diferente. “Full Moon” caberia muito bem em “Stones Grow Her Name”. Então posso dizer que as minhas principais influencias neste álbum foram o próprio Sonata Actica. O processo de composição foi muito fácil. Pensei que tivesse esquecido como escrever músicas assim e ido muito fundo no final progressivo do poço. Mas depois de uma pequena luta e algumas conversas com os caras, eu estava convencido que esse seria o caminho que tomaríamos agora. Deste ponto, a vida é ridiculamente fácil. Tenho ouvido bastante Devin Townsend e seu trabalho deve ter tido alguma influencia, mas não sei. Deixo isso para vocês decidirem.
De alguma forma o que vocês estão ouvindo antes ou durante o processo de composição os influencia?
TK: Não escuto muitas bandas ou música em geral quando estou compondo. Simplesmente não existe tempo para isso e preciso do meu silêncio também. Acredito que essa coisa de “não escutar música” é algo muito comum para muitos compositores. Você sente medo de acidentalmente copiar algo.
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Há alguns anos, o Sonata lançou dois álbuns contendo apenas covers. Como foi feita a escolha das faixas que compõe o álbum? Lançar um álbum de covers para vocês é uma forma de homenagear as bandas que vocês gostam ou apenas uma vontade pessoal da banda de tocar músicas que vocês gostem ou de alguma forma os influenciaram?
TK: Eu realmente gostaria de ouvir mais sobre esses álbuns… Não posso me lembrar de nós gravando um álbum cheio de covers, esqueça aqueles dois álbuns. Se tais coisas estão lá, elas não serão lançadas em nenhuma instancia oficial e não ganharemos um centavo por elas, o que é triste. Mas o que vem dos covers que gravamos, alguns apenas queríamos gravar porque gostamos da banda em particular ou de alguma música. No começo da nossa carreira nos pediam para gravar algumas músicas para álbuns tributo. Coisas como Helloween, Scorpions e Metallica. Coisas divertidas!
O Sonata Arctica faz parte de um grupo seleto de bandas bem-sucedidas dentro do que chamamos de metal melódico.  Depois de tantos anos, como vocês veem o gênero através dos anos até hoje em dia?
TK: Isso é engraçado, mas não sigo nenhum gênero, logo não posso falar muito sobre isso. Certamente mudamos bastante durante esses anos, mas… Eu penso que o metal extremo é “pop” atualmente, ou por enquanto. Pra mim, o melódico é um grande amor e sempre será. É isso que eu sei.
Existe alguma banda mais recente que mereça ser destacada por vocês como uma promessa para um futuro próximo?
TK: Battle Beast, da Finlândia! Eles são realmente melódicos e heavy metal com lindos vocais femininos, ásperos, jovens e ansiosos.
Em uma época onde o MP3 domina o mercado fonográfico, como foi ganhar um disco de ouro com “Stones Grow Her Name”?
TK: Isso é bom. Embora alcançar isso na Finlândia não signifique ganhar dinheiro de fato… Nada sendo 10.000 cópias. Não acho que se quer podemos cobrir nossas despesas com isso. Mas é bom saber que pessoas ainda compram CDs. Fico feliz em saber que ainda existem lugares oficiais e legais onde você pode comprar ou baixar músicas e álbuns. Apenas não consigo entender essa moda, isso não soa bem… Ou eu estou apenas muito velho para toda essa merda? (risos)
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A Finlândia é mundialmente conhecida pela grande quantidade de bandas que de lá vem, em especial as de metal. Para vocês enquanto músicos é possível viver apenas de música no seu país ou mesmo com essa abertura cultural trabalhar apenas com música ainda não é algo viável para os músicos finlandeses?
TK: Sim, felizmente nós estamos nessa posição. E realmente não temos nenhuma opção para isso. Eu não me contrataria como um empregado. Gasto muito do meu tempo com essa banda, em turnê ou no estúdio. Não é nenhum pródigo que fazemos, mas isso alimenta famílias.
Após inúmeras turnês, qual momento mais engraçado ou até mesmo estranho vocês já tiveram durante um show?
TK: Ah, há muitos coisas engraçadas que aconteceram. A maior parte são apenas piadas internas entre a banda e crew. O Masters of Rock Festival, na República Tcheca, em 2008, foi memorável podemos dizer, pelo menos. A energia elétrica foi cortada por causa de uma tempestade e todos os instrumentos ficaram mudos, exceto meu microfone, por qualquer razão. Mas o show deve continuar, penso, e comecei a cantar “Full Moon” à capela. Você pode achar vídeos no Youtube feitos pelo público. E isso foi engraçado e estranho ao mesmo tempo.
A The Ultimate Press agradece pela entrevista e eu gostaria que vocês deixassem uma mensagem para os fãs brasileiros do Sonata Arctica.
TK: Demorou um pouco, mas agora finalmente estamos de volta! E estamos muito empolgados! Não sei quantos shows inesquecíveis pode-se ter no Brasil, mas eu já sei que esse será mais um! Vejo todos vocês em breve! Venham cantando e com sapatos de festa!
Entrevista realizada para a The Ultimate Music e utilizada como material de divulgação da assessoria