quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Behemoth - 21-10-2012 - São Paulo - SP (Carioca Club)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Um dos maiores expoentes da música extrema se apresentou no Brasil este mês. O Behemoth voltou ao país após quatro anos desde sua última vinda, e em meio a algumas novidades que cercaram a banda recentemente. O lançamento oficial da biografia de Adam Nergal, líder e vocalista da banda, trouxeram o Behemoth mais uma vez de volta ao topo das bandas mais comentadas no momento.

Após enfrentar bravamente o tratamento contra leucemia, Nergal, touxe finalmente ao Brasil a tour que ainda divulga “Evangelion”, de 2009. O show começou com alguns minutos de atraso, às 20h40, mas antes já era possível ver e ouvir o público gritando pela banda no Carioca Club.

Quando Nergal (vocal/guitarra), Seth (guitarra), Orion (baixo) e Inferno (bateria) subiram ao palco, pouco se via, a iluminação desta vez deixou a desejar, para aos fãs, a falta de luz, misturada com a pouca luz vermelha que vinha do palco, pode até ter dado um clima mais sombrio a apresentação, porém, para os que esperavam fazer boas fotos, isso não agradou.

O pontapé inicial foi dado com “Ov Fire and the Void”, de “Evangelion”, em seguida tivemos “Demigod”, “Moonspell Rites” e “Conquer All”. No geral o setlist foi composto por clássicos da banda, porém, alguns dos álbuns mais antigos, ainda ficaram de fora.

Se iluminação não estava das melhores, o som da casa já seguiu outro rumo. E isso ficou bem evidente quando um dos roadies do Behemoth sobe ao palco e toca bateria junto com Inferno, enquanto Nergal, Seth e Orion assistem a performace.

Nergal conversou pouco com o público, mas fez questão de deixar claro o quanto estava feliz em retornar, após um longo período desde seu último show no país, em 2008. Comentou também, o quanto os fãs brasileiros eram especiais, e na introdução de “Chant for Eschaton 2000” fez a contagem regressiva em português, dizendo “um, dois, três, quatro”. Para fechar a noite, “Lucifer”, faixa cantada em polonês. Logo em seguida, Nergal atirou sua guitarra em direção a um dos roadies da banda que, por alguns minutos, me fez acreditar que a deixaria cair no chão.

O Behemoth fez um show curto, com pouco mais de uma hora, mas o bastante para saciar aos fãs que há muito tempo esperavam pelo seu retorno. Extremamente eficientes no palco, este show também foi a prova de que Nergal está completamente recuperado. O guitarrista já comentou que trabalha num novo álbum do Behemoth, então, basta torcer para que desta vez, não demorem tanto a tocar por aqui.

Ao final do show, Nergal e Cia ainda atenderam a alguns fãs que ousaram esperar pela banda, sem a certeza de que isso aconteceria.


Setlist Behemoth
Ov Fire and the Void
Demigod
Moonspell Rites
Conquer All
Christians to the Lions
The Seed ov I
Alas, Lord Is Upon Me
Decade of Therion
At the Left Hand ov God
Slaves Shall Serve
Chant for Eschaton 2000
Lucifer








Matéria publicada no site Metal Revolution, disponível em: http://metalrevolution.net/blog/behemoth-21-10-2012-sao-paulo-sp-carioca-club/

domingo, 14 de outubro de 2012

Gorgoroth: “Será como eu quero, ou sem chance”.

O Gorgoroth é um dos principais nomes dentro do cenário Black Metal, a banda já passou por diversas mudanças no seu line-up e freqüentemente se vê envolvida em alguma polêmica.

Em 2011 a banda regravou “Under the Sign of Hell”, um álbum clássico do Gorgoroth, cuja versão original é de 1996 e dividiu a opinião de seus fãs. Há cerca de uma semana e prestes a desembarcar no Brasil, o guitarrista Infernus anunciou que a saída do atual vocalista e a vinda de Hoest (Taake, ex-Ragnarok) em seu lugar para mais uma turnê pelo país.

Em entrevista exclusiva ao Metal Revolution, Infernus comenta sobre a saída de Pest, o novo álbum a caminho “Instinctus Bestialis”, além de suas expectativas para a turnê sul-americana.

(To the english version scroll down)

Por Juliana Lorencini 

ImagemMetal Revolution: Mais uma vez o Gorgoroth é uma das atracões principais do Setembro Negro Festival. Qual a expectativa de vocês em retornar ao Brasil?
Infernus:
Acredito que será mais uma vez muito divertido. Brasil é sempre bom para mim, por isso vou para lá uma ou duas vezes por ano de qualquer forma. O público é bom e estaremos de volta trabalhando com bandas como Autopsy e Keep Of Lalessin, encontrando e saindo com velhos amigos como Edu da Tumba, Cláudio da Somber Music, meu guitarrista de turnê Fábio Zperandio etc. Vai ser uma explosão, tenho certeza!

MR: E quais lembranças vocês tem das edições passadas?
Infernus: A última vez que estive no Brasil foi em fevereiro (RT: deste ano). Fui encontrar amigos e algumas conexões em Pindamonhangaba e São Paulo. Foi divertido como sempre.

MR: Além de tocar por diversas vezes no Brasil, o Gorgoroth tem uma relacão especial com o país. Uma delas é através do músico Fábio Zperandio, que acompanhou a banda na última turnê européia. Por que vocês optaram por um músico brasileiro e não um vindo da Noruega ou Europa em geral?
Infernus:
Eu o conheci há muito tempo. Logisticamente falando isso era loucura, buscar outro músico em outro continente, mas eu estava certo mais uma vez. Fábio é habilidoso, e posso contar com ele. Não existem muitas pessoas com quem posso contar, mas ele é uma delas. Ele trabalha duro, se mantém calmo, tem uma mentalidade satânica e se encaixa nisso.

MR: O Gorgoroth deveria fazer uma turnê no mês de maio deste ano, porém a mesma não ocorreu. Segundo uma nota divulgada no site oficial da banda, problemas envolvendo os nomes ASP e Marcus Schreiber teriam sido o principal motivo. O que você pode nos dizer sobre isso?
Infernus: Nada. Foda-se ele e todos aqueles que são tão estúpidos quanto eu em 2012, tentando fazer um acordo com uma pessoa como esta. Isso está condenado.

MR: Existem planos para uma futura turnê européia ainda este ano?
Infernus:
Não, faremos apenas 11 datas na América Latina. Eu demiti meu vocalista há dois dias atrás e felizmente tive a tempo a ajuda que precisava mais uma vez. Faremos essa turnê com Hoest, do Taake e manteremos o foco no próximo álbum “Instinctus Bestialis”, que será lançado por uma gravadora não determinada ainda. Em estúdio teremos ajuda do Atterigner do Triumfall nos vocais. Talvez façamos um ou dois shows mais este ano, mas ainda tenho dúvidas sobre isso.

MR: Em 2011 vocês regravaram “Under the Sign of Hell”, um álbum clássico do Gorgoroth de 1996. Porém a nova versão dividiu um pouco a opinião dos fãs. Por que vocês optaram por regravar esse álbum?
Infernus:
Porque decidi que queria fazê-lo. Tinha essa idéia me perseguindo por mais de uma década.

MR: E quais têm sido as críticas que você tem ouvido por parte dos fãs e da mídia?
Infernus:
Não sei, não estou muito ligado nisso. Acho que sempre existem reclamações. Bom, que seja assim.  Eu não tendo a me desculpar em situações como esta. Curta o álbum como eu faço, ou fique longe dele. Não importa muito.

MR: “Under the Sign of Hell” também teve seu lançamento adiado na época, porque a Ragain Records, então gravadora da banda, já demonstrava sinais de falência. O que veio há acontecer pouco tempo depois.  O Gorgoroth já possui uma nova gravadora?
Infernus:
O lançamento foi atrasado por causa dos problemas financeiros da Regain. Como ainda hoje, eles não cobriram os gastos com a produção, eu o fiz. Porém, eles não estão falidos ainda, e Per Gyllenbäck é um antigo amigo meu, ele sempre me ajudou no passado quando precisei. Digo, não estou empurrando-o para muito longe agora, e não encontramos outra gravadora. Hoje em dia nenhuma parceria séria tem mostrado interesse, apenas  dez ou mais congregações de idiotas fizeram, mas eles não contam.

MR: Após lancar “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt”, em 2009. Há previsão para o lançamento de álbum com material inédito da banda?
Infernus:
“Instinctus Bestialis” tem sido feito ao longo de três anos. E será lançado quando eu sentir que estamos prontos para isso.

MR: Durante sua última turnê pela Europa, a “The Sign of Hell Tour 2011”, você e Peste foram presos. O que de fato aconteceu?
Infernus: Quanto a isso não existe verdade, sem comentários.

MR: Após muitos anos de banda, e diversas mudancas no line-up que incluiram até mesmo brigas judiciais em relacão ao Gorgoroth, é muito difícil montar um set list que agrade aos fãs, e ao mesmo tempo respeite as divergências da banda?
Infernus: Sim, sempre haverá algum choro. Então concluí que será como eu quero, ou sem chance. Todos os envolvidos, incluindo o vocalista e o público que devem estar dispostos a lidar com isso. Nosso setlist deve representar o atual momento, esse é o nome do jogo.

MR: Por que você não gosta de ser fotografado, seja ao lado de fãs ou jornalistas, mesmo usando corpse paint?
Infernus:
Por que deveria? Não preciso disso. Agradar fotógrafos que querem roubar minha alma? Isso é loucura!

MR: Muito obrigada pela entrevista e eu gostaria que você deixasse um recado para os fãs brasileiros do Gorgoroth.
Infernus:
Obrigada pela entrevista! Em cerca de 2-3 semanas estaremos de volta e adoramos essa idéia. Praise Hail Satan!

ENGLISH VERSION

Gorgoroth: “It is going to be my way or no way”.

By Juliana Lorencini

ImagemMetal Revolution: Gorgoroth will once again be one of the main bands playing at Setembro Negro Festival. What is your expectation about returning to Brazil?
Infernus: I believe it will be lots of fun, again. Brazil is always good to me. That’s why I go there once or twice a year anyway. The crowds are good and we’ll get to be back in front of them co-operating with bands as Autopsy and Keep of Kalessin, meeting and hanging out with old friends as Edu from Tumba, Cláudio of Somber Music, my session guitarist Fábio Zperandio etc etc. Going to be a blast, I am sure!

MR: And what memories do you have from the last visits here?
Infernus:  Last time was in February. I went to meet friends and connections in Pindamonhangaba and São Paulo. Fun, as always.

MR: Except for touring here many times you have developed a special relation to Brazil. On your last European tour you hired Fábio Zperandio as a session member, how was it that you came to use a musician from Brazil and not Norway or Europe for that matter?
Infernus: I knew this guy personally for a long time. Logistically speaking, it was madness seeking another co-operation partner from yet another continent, but I was right again. He is skillful and I can relate to him. There are not that many people I can bear relating to, but he is one of them. He is hard working, he keeps quiet, he’s got a satanist’s mind-set. and he fit in.

MR: Gorgoroth was supposed to tour in May but it was cancelled. On the official website you wrote that you got problems involving ASP and Marcus Schreiber. Can you tell more about this?
Infernus: No. Fuck him, and fuck everyone else who are as stupid as me in 2012 trying to make a deal with a person as that. It’s doomed.

MR: Does Gorgoroth have any plans for touring in Europe this year?
Infernus:  No. we’ll do Latin America, 11 dates. I just fired my vocalist 2,5 days ago, and happily enough I again got help as soon as it was needed. We’ll do this tour with Hoest from Taake and we’ll maintain focus on the upcoming album “Instinctus Bestialis” to be released on a yet to be determined record label. In the studio, we’ll be granted help by Atterigner from Triumfall on vocals. Maybe we’ll do a show or two more this year, but I really doubt so.

MR: In 2011 you re-recorded the classic Gorgoroth album from 1996, “Under the Sign of Hell”. The feedback from the fans has been mixed, why did you decide to re-record this album?
Infernus: I decided so because I wanted to.  I had the idea haunting me for more than a decade.

MR: The release of “Under the Sign of Hell” was postponed due to the bankruptcy of Gorgoroth’s former label, Regain Records. Have you found a new label?
Infernus: It was delayed again and again because of regain’s financial problems. As of today, they still did not cover the costs of the production – I did. Nevertheless, they are still not bankrupt, and Per Gyllenbäck  is an old friend of mine. He helped me out in the past, when I needed it. Meaning I am not pushing him too far now. And, no, we’ve not found another label. As of today, no serious partners have shown their interest, around ten or so congregations of idiots did, but they do not count.

MR: What have the feedback been like for the re-release of “Under the Sign of Hell”?
Infernus: I don’t know. I’m not much tuned into that.
I guess there has been some crying. Great, so be it. I do not tend to excuse myself in situations like this. Enjoy the album as I do, or stay away from it. Doesn’t matter much.

MR: It has been a while since you released “Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt”, do you have any plans of a new release anytime soon?
Infernus: “Instinctus Bestialis” has been in the making for three years. It will be released when I feel we’re ready for it.

MR: During “The Sign of Hell Tour 2011” you and Pest was arrested, what was the reason for this?
Infernus: Insofar there is any truth to this: no comment.

MR: After many releases and line-up changes and even going through legal issues regarding Gorgoroth, is it difficult to make a setlist that pleases the fans but at the same time respect the bands divergences?
Infernus: Yes. There will always be some whining. So I concluded that it is going to be my way or no way. Everyone involved, including the vocalist and the audience must be able to deal with that. Our set-list must feel ok to present. it is the name of the game.

MR: Why don`t you approve being photographed neither by fans nor journalists, even wearing corpse paint?
Infernus: Why should I? I do not need to. Pleasing photographers who want to steal my soul? Madness!

MR: Thank you so much for the interview, could you please leave a message to the Brazilian Gorgoroth fans.
Infernus: Thank you for your time! In about 2-3 weeks we’ll be back and we’re really fond of the thought. Praise Hail Satan!

Entrevista realizada para o site Metal Revolution, disponível em: http://metalrevolution.net/blog/2012/08/26/gorgoroth-sera-como-eu-quero-ou-sem-chance/

Evanescence -07-10-2012 – São Paulo – SP (Espaço das Américas)


Por Juliana Lorencini

Para a euforia, digo, alegria de milhares de fãs, o Evanescence voltou ao Brasil! O show aconteceu no último domingo, (07/10), no Espaço das Américas. Depois de uma rápida passagem pelo país em 2011, no Rock in Rio, a banda se apresentou desta vez em São Paulo ao lado do The Used.

Pontualmente às 20h, o The Used começou seu show, a princípio a banda chegou a empolgar o público presente, muito devido ao carisma do vocalista, Bert McCracken. Porém, em pouco mais de 30 min de show, os fãs do Evanescence só reagiam mesmo quando estimulados, ou mesmo, quando a banda ameaçou tocar um trecho de “Smell Like Teen Spirits”, do Nirvana. O setlist ficou retrito aos grandes hits da banda como, The Taste of Ink”, “I Caught Fire” e “Pretty Handsome Awkward”. E ao final do show a promessa de um retorno breve para uma turnê própria.

Amy Lee não é apenas uma referência musical para seus fãs, a vocalista se enquadra também em outros aspectos como roupas, cabelos e maquiagens, seguidos à risca por seus fãs. Na noite de domingo não foi difícil reconhecer dentre todas as meninas de cabelos longos e tingidos de preto, com maquiagens semelhantes da de Amy, até mesmo um rapaz, usando uma saia bem parecida com a que a cantora usou durante o show em São Paulo. Amy usava uma saia, estilo bailaria, porém mais curta na parte da frente, na cor azul, maquiagem preta forte na região dos olhos, além de um pouco de purpurina espalhada pelos braços e pescoço.

A banda liderada por Amy Lee, literalmente se fecha a sua figura, é ela quem agita, sorri para o público, conversa, faz promessas e encanta seus fãs. Contudo, o baterista Will Hunt ter chamado muito muita atenção, e de alguma forma acho que ele deixou o somda banda muito mais pesado ao vivo, do que é propriamente no cd.

O setlist da banda foi composto pelos grandes hits do Evanenscence, “Going Under”, “Bring me to Life”, “Call Me When You Are Sober”, “Lithium”, dentre outros. Mas sem dúvidas todas as músicas foram cantadas e agitadas pelo público. Como um amigo comentou durante o show, “os fãs do Evanescence cantam para o telão”. Isso porque volta e meia quando alguns eram mostrados nos dois telões que ficaram ao lado do palco, era visível a intensidade em que cantavam. Brincadeiras a parte, isso apenas justifica a base sólida de fãs que a banda tem no Brasil.

Amy Lee apesar do imenso carisma que demonstra, não fala muito. Nas poucas vezes em a vocalista se dirigiu aos fãs, causou aquele alvoroço. Uma delas foi quando anunciou “If You Don’t Mind”, canção composta há sete anos pela vocalista e que segundo ela, nunca teve um lar específico.

Com apenas uma pausa, bem ao final do show o Evanescence retorna ao palco para tocar “Disappear”, a música é uma faixa bônus do último trabalho da banda, a galera já estava pedindo por ela desde o momento em que a banda deixou do palco. Para encerrar, o piano é posto mais uma vez numa parte do palco mais próxima ao público e Amy anuncia “My Immortal”, canção que sempre fecha os shows do Evanescence.

Tenho que dizer que Amy Lee me surpreendeu, minhas expectativas em relação a vocalista eram as piores possíveis, talvez por conta da má impressão que a banda deixou na sua última passagem pelo Brasil, no Rock In Rio, ano passado. Desta vez, vi uma cantora mais afinada, que consegue reproduzir ao vivo o que canta nos seus álbuns, dona também de um forte carisma.

Setlist The Used

Take It Away
The Bird and the Worm
Listening
Put Me Out
I Caught Fire
The Taste of Ink
All That I’ve Got
Blood on My Hands
Pretty Handsome Awkward
A Box Full of Sharp Objects

Setlist Evanescence

What You Want
Going Under
The Other Side
Weight Of The World
Made Of Stone
Lithium
Lost In Paradise
My Heart Is Broken
Whisper
Oceans
The Change
If You Don’t Mind
Call Me When You’re Sober
Imaginary
Bring Me To Life
Encore:
Disappear
My Immortal

Resenha publicada no site Metal Revolution, disponível em: http://metalrevolution.net/blog/evanescence-07-10-2012-sao-paulo-sp-espaco-das-americas/

At The Gates – 29-07-2012 – São Paulo – SP (Hangar 110)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Além de ser um dos dos principais nomes que compõe o “New Wave of Swedish Death Metal”, O At The Gates, banda formada por Adrian Erlandsson (bateria) Tomas (vocals), Anders Björler (guitarra), Martin Larsso (guitarra) e Jonas Björler (baixo), faz parte de um time influente de bandas dentro Death Metal, e se tornaram referencia não somente no seu país de origem como no mundo. Hoje os membros do At The Gates, também são importantes componentes de outras bandas de peso como Paradise Lost e The Haunted.

O At The Gates lançou em 2010 um DVD com material inédito e raro da banda. Esse foi o único registro desde que o grupo retornou suas atividades em 2008.  No último dia 29/07, no Hangar 110, o At The Gates fez sua primeira apresentação no Brasil, a abertura da noite ficou por conta da banda brasileira Confronto.

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O Confronto subiu ao palco com apenas alguns minutos de atraso, porém quando grande parte do público já estava presente. Apesar do som fugir um pouco do que os fãs do At The Gates poderiam esperar, a banda ganhou a simpátia do público de forma muito rápida. Voltados para o Deathcore, e com letras cantadas em português, os cariocas do Confronto conseguiram não só prender atenção de todos, mas colocar a galera para agitar com alguns sons mais antigos como “Vale Da Morte”, “Sem Perdão”, “Confronto”.

Composta por Felipe Chehuan (vocal), Maxmiliano (guitarra), Eduardo Moratori (baixo) e Felipe Ribeiro (bateria) a banda está em processo de gravação do seu terceito álbum de inéditas, aproveitou a deixa para testar ao vivo duas de suas novas composições. Segundo a resposta do público, as faixas já estão aprovadas e basta aguardar pelo novo material que deve sair em breve.

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Por volta das 21h30 o At The Gates subiu ao palco, os fãs que já demonstravam- se eufóricos antes mesmo da banda dar as caras, deixaram tudo isso vir a tona e em dobro quando Tomas Lindberg e cia apareceram.

A banda abriu a noite com  “Slaughter Of The Soul“ e como era de se esperar, esse seria apenas o primeiro dos muitos clássicos que estavam a caminho.  Rapidamente uma grande roda se abriu na pista do Hangar 110, e a mesma permaneceu até o final do show. Faixas como “Cold”, “Terminal Spirit Disease”, “Raped By The Light Of Christ”, “Under A Serpent Sun” e “Windows” também marcaram presença no setlist escolhido pelo At The Gates.

Com empolgação de sobra, Tomas não se cansa, corre de um lado para o outro, conversa com os fãs e faz questão de mencionar diversas vezes durante a apresentação o quanto está feliz em tocar no Brasil pela primeira vez. O vocalista também comenta que esse é o último show da turnê, e que todos estão extremamente cansados, porém muito felizes e que não poderiam encerrá-la de forma melhor.

E foi assim ao longo dos 90 minutos de show, uma troca constante de energia entre público e banda. Havia uma certa curiosidade em torno de Adrian Erlandsson, também baterista do Paradise Lost, afinal de contas o At The Gates, uma vez encerrou suas atividades, e desde seu retorno em 2007, apenas um dvd ao vivo foi lancado pela banda. Enquanto os diversos projetos paralelos de seus membros foram ganhando notoriedade. Porém,  não há dúvidas de que juntos e a frente do At The Gates levaram muito tempo para tocar por esses lados, e também de que se depender da reciprocidade dos fãs, numa próxima turnê o Brasil já tem seu lugar garantido na agenda da banda.


Texto e fotos publicados no site Metal Revolution e disponíveis no link: http://metalrevolution.net/blog/2012/08/04/at-the-gates-29-07-2012-sao-paulo-sp-hangar-110/

Europe – 23-09-2012 – São Paulo – SP (A Seringueira)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Sabe aquela famosa frase repetida inúmeras vezes pelos brasileiros de que bandas ainda inéditas por aqui, quando vem não demoram a voltar? Pois bem, este é o caso dos suécos de Europe, que decidiram repetir a dose voltando ao Brasil neste mês. O show aconteceu na A Seringueira, para um público razoável, que não lotou o local, mas não desapontou a banda.

Com um atraso considerável de 50min – e o show foi em um domingo à noite – o Europe subiu ao palco as 20h50. A euforia inicial dos fãs de manteve nos primeiros minutos, enquanto a banda os apresentava três faixas que compõe seu mais recente álbum “Bago of Bones”: “Riches to Rags”, “Not Supposed to Sing the Blues” e “Firebox”.


Antes mesmo de o show começar, enquanto os fotógrafos aguardavam no piti e tentavam de alguma forma conseguir uma foto do setlist, os fãs que estavam na grade já perguntavam por “Cherokee”, e mesmo obtentando uma resposta negativa de quem já tinha conferido o setlist, continuaram a pedir pela música, um dos grandes hits do Europe, durante toda a noite, porém sem sucesso. Desta vez, a faixa não estava no extenso repertório trazido pela banda ao Brasil.

Joy Tempest é um vocalista extremamente habilidoso, e é impossível não reconhecer isso. Dotado de um imenso carisma e talento, é ele quem literalmente fez o show, não que os demais integrantes do Europe se anulem durante o show, mas é ele quem conduz o show e ousa muitas vezes conversar com o público em português, nada que fuja das conhecidas expressões, ou mesmo do “Vamos, vamos, vamos!” pedindo para que os fãs o acompanhem enquanto pula.


 “Superstitious”, “Carrie” e “Rock the Night”, a última com um pequeno trecho de “Another One Bites The Dust” do Queen, tocado no meio de sua execução, cada uma a sua maneira, chegam a empolgar o público. 

Entretanto o que ficou claro para mim nesta primeira parte do show, é que mesmo com ótimas músicas e competência de sobra para compor, o Europe fica preso a duas ou três músicas que em diferentes momentos da sua carreira despontaram. Observando aos fãs durante o show, a impressão que tive é que apenas os veria realmente empolgados quando “The Final Countdown” fosse tocada, e não ignorando a possibilidade de que talvez “Cherokee” alcançasse algo parecido.

Na volta para o bis “Last Look  at Eden“ seguida pela tão aguardada “The Final Countdown”, quando finalmente vi o público encher os pulmões para cantar e pular, não com a densidade que eu esperava, na verdade o que mais vi ser erguido, como de costume foram câmeras fotográficas, celulares e afins, algo que já faz parte de qualquer show hoje em dia e não só no Brasil. Porém, isso só ajudou a reforçar minha imagem de que apesar do Europe ser uma banda fantástica, o show foi morno e não repetiu o grande “boom” que causou na sua primeira passagem pelo país em 2010.

Setlist

Riches to Rags
Not Supposed to Sing the Blues
Firebox
Superstitious
Scream of Anger
No Stone Unturned
Demon Head
New Love in Town
Bag of Bones
Girl From Lebanon
Carrie
Love is Not the Enemy
Let the Good Times Rock
The Beast
Doghouse
Rock the Night

Bis
Last Look at Eden
The Final Countdown

Confira algumas imagens da passagem do Europe por São Paulo.







Resenha e fotos publicadas no site Metal Revolution, e disponível em: http://metalrevolution.net/blog/europe-23-09-2012-sao-paulo-sp-a-seringueira/

Sepultura: saiba como foi o lançamento da nova cerveja da banda


Texto e fotos Juliana Lorencini

Na tarde deste sábado aconteceu o lançamento do kit da cerveja do Sepultura, uma versão especial que comemora os 25 anos da banda. O local escolhido para o evento foi a Cervejaria Bamberg, em Votorantim, empresa responsável pela fabricação e distribuição no Brasil.

A equipe do Metal Revolution esteve presente no evento que contou com fãs da banda, amigos, imprensa e o próprio Sepultura comentando sobre sua nova empreitada.

Além de uma visita pela fábrica mostrando o processo de fabricação da cerveja, as demais cervejas fabricadas pela Bamberg também estavam disponíveis para degustação. A Bamberg também produz, por exemplo, “Camila Camila”, cerveja da banda Nenhum de Nós.


O tipo da cerveja do Sepultura é Weizen, tem teor alcoólico de 5,0% e contêm “notas” de banana e cravo, o gosto e o cheiro da banana são mais perceptíveis.  Segundo a descrição na embalagem, a cerveja Sepultura Weizen combina bem com pratos condimentados, frutos do mar, carne de porco, salsichas e, com certeza com um bom Rock ‘N´ Roll!

O pack conta com duas garrafas de 600ml cada e um copo de vidro personalizado com o logo da banda. O formato da caixa lembra um amplificador, e no dia do evento porta copos personalizados com as capas dos álbuns do Sepultura também estavam à mostra no local.

Kit Sepultura Weizen edição especial

Para quem tem interesse em adquirir a Sepultura Weizen ou obter mais informações sobre o produto basta acessar o site da cervejaria Bamberg (www.cervejariabamberg.com.br/).

Com o seu nome incluído entre os maiores bandas do Heavy Metal mundial, o Sepultura, sem dúvidas encontrou a melhor forma de comemorar os seus 25 anos de carreira, juntando um dos produtos mais desejados e consumidos pelos brasileiros e o velho e bom metal. Basta-nos desejar boa sorte a banda, neste novo investimento.

Vale lembrar que outras bandas de peso também já possuem suas próprias bebidas, entre elas o Motörhead, que tem seu próprio vinho, o Kiss que também tem sua cerveja, dentre outras.


Sepultura em Campinas

Ainda na noite do último sábado, o Sepultura tocou na cidade de Campinas (SP). Sem atrasos, a banda subiu ao palco às 20h30, e foi recepcionada por um grande público. A última apresentação do Sepultura na cidade aconteceu em 2004, e segundo Andreas Kisser, o grupo estava muito feliz em retornar. O guitarrista ainda mencionou o quanto estava feliz em ver inúmeras camisas do seu tão querido São Paulo Futebol Clube, e como já é de praxe, muitos dos fãs que são-paulinos, sempre vão aos shows vestidos desta forma.

Com a casa cheia e um setlist bem extenso, o público não teve do que reclamar. Andreas Kisser, Derick Green, Paulo Xisto e Eloy Casagrande tocaram por exatas 2h, sem pausas, e um repertório repleto de clássicos, dentre eles: “Arise”, “Refuse/Resist”, “Territory” e “Roots”.

Atualmente o Sepultura divulga “Kairos”, 12º álbum de sua carreira, lançado em 2011.
Em um dia repleto de novidades, com certeza o Sepultura voltou para casa com a sensação de missão cumprida.

Setlist

Intro
Beneath The Remains
Refuse / Resist
Kairos
Relentless
D.E.C.
Convicted In Life
Dialog
Attitude
Choke
Mask
Schizophrenia/Escape To The Void
Sepulnation
Subtraction
Territory
Innerself
Arise
Roots

Matéria publicada no site Metal Revolution, disponível em: http://metalrevolution.net/blog/sepultura-saiba-como-foi-o-lancamento-da-nova-cerveja-da-banda/

Ragnarok: primeiro single de “Malediction” já está disponível

Os fãs do Ragnarok ganharam mais uma surpresa esta semana. Ontem a banda disponibilizou em sua páginal oficial no facebook o primeiro single do novo álbum “Malediction”. Confira a faixa “Blood of Saints“:



“Malediction” estará disponível em três versões, cd normal, download digital e uma edição limitada em vinil que trará uma faixa bônus. Além disso, as cem primeiras cópias serão disponibilizadas em vinis na cor marrom e numerados a mão.

Este é o 7º álbum de estúdio da banda, que tem seu lançamento previsto para o dia 30 de outubro na Europa e dia 6 de novembro na América do Norte.

Confira abaixo as faixas que compõe “Malediction”, e também a arte de capa do novo cd, que foi desenvolvida por Perversor, enquanto as novas fotos da banda são de autoria de Jon Løvstad.

1. Blood of Saints
2. Demon in My View
3. Necromantic Summoning Ritual
4. Divide et Impera
5. (Dolce et Decorum Est) Pro Patria Mori
6. Dystocratic
7. Iron Cross – Posthumous
8. The Elevenfold Seal
9. Fade Into Obscurity
10. Sword of Damocles
11. Retribution (exclusive vinyl bonus track)


Na data de ontem a banda também confirmou sua participação no Kings Of Black Metal 2013,  no dia 20 de abril em Alsfeld, Alemanha. Ainda este ano o Ragnarok estará no Mortes Festival, em Montreal. O show acontece no dia 24 de novembro e esta será a primeira vez que a banda se apresenta no Canadá. Em outubro o Ragnarok será uma das principais atrações do Metal Legacy festival, evento que acontece em Stromstad, Suécia.

Veja no vídeo a seguir cenas dos bastidores das gravações que aconteceram no Endarker Studios:




Confira abaixo o vídeo clipe “Collectors Of The King”:




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Review Setembro Negro Festival:
São Paulo: http://metalrevolution.net/blog/2011/09/17/setembro-negro-11-09-2011-sao-paulo-sp-carioca-club/
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L.A. Guns – 08-08-2012 – Oslo – Noruega (Gamla Bar)

Texto e fotos por Juliana Lorencini

Apesar de pequena, Oslo, que também conhecida como a cidade mais cara do mundo, recebe diversos shows todos os meses. A Noruega é um país de apenas 5 milhões de habitantes, porém respira música, e costuma durante o verão realizar festivais dos mais variados estilos musicais. Além de receber shows de diversos artistas.

No dia 08 de agosto, foi a vez da banda norte-americana L.A.Guns passar pela capital do país, trazendo a “L.A. Guns 25th Anniversary Tour”, onde promovem seu mais recente trabalho “Hollywood Forever”.

O L.A. Guns há algum tempo se dividiu em duas bandas, uma delas liderada por Tracii Guns, e outra sob o comando do vocalista Phil Lewis. A banda que no início de sua carreira contou com Axl Rose nos vocais, hoje traz uma formação bem diferente daquela primeira que tanto repercutiu. Atualmente o L.A.Guns é composto por Phil Lewis (vocal), Steve Riley (bateria), Stacey Blades (guitarra) e Scotty Griffin (baixo). E foi essa segunda, digamos, versão do L.A. Guns que eu fui conferir em Oslo, no Gamla Bar.

Uma das primeiras coisas que reparei quando cheguei ao bar, é que para os padrões de um show de Hard Rock, o público presente era muito mais velho do que o esperado. Curiosa, comentei com um amigo que explicou que na Noruega a faixa etária permitida em shows naquele tipo de local era de acima de 20 anos. Isso porque no local são comercializados diversos tipos de bebidas alcoólicas e somente maiores de 20 anos podem comprá-las. A Noruega tem diversas restrições quanto ao consumo de bebidas alcoólicas por jovens, umas delas – e bem curiosa – é que nos supermercados apenas cervejas são vendidas. Vinho, vodka, entre outros são achados apenas em adegas.

Do lado de fora, alguns fãs, mesmo na companhia dos pais tentavam entrar. Porém lá, não há negociação, e os seguranças não te deixam se quer chegar próximo a bilheteria.

Às 21h, subiu ao palco o NiteRain, a banda norueguesa tem sido a responsável por abrir grande parte dos shows do L.A. Guns no leste europeu e em Oslo não poderia ser diferente. Caracterizados no melhor estilo glam, Addy (guitarra), Dafs (baixo e backing vocals), Baz (vocal) e Mortimer (bateria) estavam animados, e conseguiram de alguma forma empolgar o público presente.

Com letras não tão bem elaboradas, e muitos erros técnicos, o NiteRain ainda tem muito a aprender, principalmente no que diz respeito a sua performace ao vivo. Os vocais de Baz em muitos momentos não alcançam as notas tão altas que o vocalista se propõe a cantar. Mas acredito eu, que excursionar com músicos experientes como os do L.A. Guns será de grande proveito para a banda e trará bons resultados num futuro próximo.

Chega então a hora dos veteranos do L.A. Guns mostrarem a que vieram. É impossível olhar para Phil, Steve, Stacey e Scotty trajados daquela forma e não se sentir nos anos 80 quase que imediatamente. Arrisco-me até a dizer que o lake foi mantido da mesma forma.
Super carismáticos os músicos cumprimentam o público e conversam brevemente, antes de tocar a primeira música da noite “Show No Mercy”. Outras ainda viriam na seqüência como “Sex Action”, “Never Enough” e “Over The Edge”.

De uma forma divertida, Phil Lewis anuncia que as próximas duas canções fazem parte do novo álbum da banda “Hollywood Forever” e que diz que enquanto muitas bandas preferem viver de glórias passadas, eles preferiam seguir a diante e compor novas canções. O vocalista ainda diz o quão orgulhoso está do novo trabalho e que se sente muito feliz em tocar algumas das novas músicas ao vivo.

É impossível não rir com Phil. Entre as caras e bocas que o vocalista faz, ainda sobra tempo para se divertir com algumas de suas piadas. Ou ainda quando ele pede para que os fãs fiquem quietos enquanto ele fala, direcionando seu comentário a cada um deles. E o mesmo acontece quando ele apresenta a banda. Sem demonstrar nenhum sinal de cansaço Phil e Cia seguem o show no mesmo ritmo em que começaram, sem pausas, nem que seja para beber uma cerveja.

Em resumo o L.A. Guns funciona como todas aquelas bandas boas dos anos 80, juntam talento (que ainda tem de sobra), experiência e carisma numa coisa só. Além de manter o visual intacto. Infelizmente já não tocam para o mesmo público numeroso como faziam no passado, mas esse não é um privilégio exclusivo da banda.


Setlist L.A. Guns
Show No Mercy
Sex Action
Never Enough
Over the Edge
I Wanna Be Your Man
You Better Not Love Me
Sweet Mystery
Revolution
Hollywood’s Burning
Sleazy Come Easy Go
Guitar & Drum Jam
Ballad of Jayne
Rip N’ Tear

Special thanks to Jon Von Enger from Live Wire Booking & Management.


Resenha e fotos publicadas no site Metal Revolution disponíveis no link: http://metalrevolution.net/blog/l-a-guns-08-08-2012-oslo-noruega-gamla-bar/

At The Gates: “Apenas tocamos e nos divertimos!”

O At The Gates é um dos principais nomes que compõe o “New Wave of Swedish Death Metal”, a banda sueca faz parte de um time influente de bandas dentro Death Metal, e se tornaram referencia não somente no seu país de origem como no mundo.

Composta nomes de peso como Adrian Erlandsson (bateria), Tomas (vocal), Anders Björler (guitarra), Martin Larsso (guitarra) e Jonas Björler (baixo), seus integrantes assumiram posições fundamentais em outras bandas como Paradise Lost e The Haunted onde atuam até hoje.

Após o término do At The Gates, em 2007 a banda resolveu retomar suas atividades, com a justificativa de dar um verdadeiro fim à sua carreira como não havia sido feito antes. Porém o At The Gates continua na ativa até hoje e fez seu primeiro show no Brasil no último mês de julho.

O Metal Revolution então aproveitou a oportunidade e conversou rapidamente com o vocalista “Tompa”. A entrevista foi realizada alguns minutos após a apresentação do At The Gates em São Paulo, no Hangar 110.

(To the english version scroll down)

 Por Juliana Lorencini
Metal Revolution: Essa é a primeira vez que vocês vêm ao Brasil, o que você tem achado do país e do público?
Tompa:
Na verdade não temos visto muito, estamos aqui apenas há dois dias. Mas o público estava muito bom!

MR: Esse foi o último show desta turnê. Como foi a turnê em si?
Tompa:
  A turnê tem sido muita boa e o público bem forte, muito especial. Mas ainda temos alguns shows.

MR: Você ainda tem alguns shows em festivais europeus, não?
Tompa:
Sim, eles começam na próxima sexta-feira e sábado, e ainda iremos para Austrália.

MR: Vocês encerraram a banda e então decidiram voltar com a At The Gates. Por que vocês tomaram essa decisão?
Tompa:
  Nós nos separamos porque éramos muito jovens, Sabe? Não sabíamos como ser diplomáticos, acho. E talvez não sabíamos como trabalhar juntos e chegar a soluções diplomáticas.  Não tivemos nenhuma briga, mas concordamos em encerrar a banda. E então decidimos voltar, dissemos que “queríamos encerrar como queremos que isso encerre”, sabe? Escrever nosso próprio fim.

MR: O At The Gates se tornou algo secundário para vocês, uma vez que todos vocês tocam em outras grandes bandas, como Paradise Lost e The Haunted?
Tompa:
  Não, apenas fazemos isso porque realmente é divertido. A banda nos dá muita energia e empolgação vinda do público. E é um momento especial para nós porque quando você toca com uma banda normal você sempre se preocupa com algo, você tem que promover o novo álbum e fazer entrevistas, coisas assim. E com o At The Gates, normalmente nós não fazemos entrevistas, apenas tocamos e nos divertimos!

MR: E essa é a razão pela qual vocês não pensam em gravar um novo álbum?
Tompa:
Sim, agora sim. É apenas como nos sentimos. Sentimos que não faremos mais nada…

MR: Então para o At The Gates isso é o bastante?
Tompa: Não quero dizer nada. Eu já fiz promessas e vamos ver o que acontece…

MR: Vocês são uma das principais bandas da cena Death Metal e tem influenciado muitas outras.  Qual a sua visão sobre a cena especialmente no seu país?
Tompa:
Acredito que a tendência tem mudado um pouco dos aspectos melódicos do Death Metal e bandas tentando escrever mais extremo, pelo menos aqui na Suécia. Isso é sempre bom, um clima muito saudável para tocar em shows.

MR: Há algumas novas bandas que você goste?
Tompa: Claro, estou sempre procurando por coisas novas…

MR: Quais tipos de bandas você está ouvindo?
Tompa:
Bem, isso não é apenas metal, eu mesmo gosto de música alternativa. Bem, estou tentando pensar em uma… (risos).

MR: Acho que você está mentindo para mim, sabe? (risos)
Tompa:
Não, me desculpe… (risos). É apenas difícil pensar sobre nomes. Você conhece Gojira, por exemplo, é uma ótima banda.

MR: Como você administra seu tempo entre o At The Gates e suas outras bandas?
Tompa:
Tentamos gerenciar a logística o quanto antes possível o que é reservado primeiro, é o que acontece. Se alguém tenta marcar algo a mais, então dizemos “não, precisamos verificar…” O At The Gates é muito respeitado, e nós nos gostamos muito, então isso é fácil.

MR: Você são realmente amigos, não?
Tompa: Sim, e isso é confortável, sabe? Algo mais? Não. E tentamos ver o que os outros caras querem fazer, sem problemas.

MR: Muito obrigada pela entrevista e você poderia deixar uma mensagem para os fãs brasileiros?
Tompa:
A hospitalidade que temos encontrado com os fãs tem sido ótima, eles também são verdadeiramente dedicados do coração, e esperamos voltar em breve com algum outro projeto!

ENGLISH VERSION

At The Gates: “We just play and have fun!”

By Juliana Lorencini

Metal Revolution: This is your first time in Brazil. How has Brazil been so far? And what did you think about the audience?
Tompa:
Actually we haven`t seen so much, we have only been here a couple of days. The crowd was very good!

MR: This was your last show on this tour. How has the tour been so far?
Tompa:
The tour has been very good and the crowd has been strong. Very special. But we still have some upcoming shows.

MR: You still have gigs for some European festivals, right?
Tompa:
Yes, we have festivals coming up next Friday and Saturday, and we will do Australia as well.

MR: You ended the band once and then you decided to come back with At The Gates. Why did you take this decision?
Tompa:
We disbanded because we were pretty young, you now? And maybe we didn’t know how to work together and come up with diplomatic solutions. We didn’t have any fights but we agreed to call it quits.  And then when we decided to get back together, we said like “we wanted to end how we want it to end”, you know? Write our own ending.

MR: Did At The Gates become something secondary for you, since you all play in other great bands, like Paradise Lost and The Haunted?
Tompa:
No we do this just because it is fun really. It gives us much energy and excitement from the crowd. And it is a special moment for us because when you play with a regular band you always have think about your career, you have to promote the new album and do interviews and stuff like that. And with At The Gates we usually don’t do interviews, we just play and have fun!

MR: And that is the reason why you don’t think about record a new album?
Tompa: Yeah, right now, yes. It is just how we feel. We feel we won’t do more stuff…

MR: So for At The Gates is it enough?
Tompa:
I don’t want say anything; I already made promises and let’s see what happens…

MR: You are one of the main bands in the Death Metal scene and have influenced many others. What is your view on today’s scene and especially in your country?
Tompa:
I think the trend has moved a little bit away from the melodic aspects of death metal and bands are trying to write more extreme, at least here in Sweden. It has always been good, a very healthy climate to play shows in.

MR: Are there any new bands you like?
Tompa:
Of course, I am always trying to find new stuff…

MR: What kind of bands are you listening to?
Tompa:
Well it is not only metal, I even like alternative music. Well, I am trying to remember one… (laughs).

MR: I think you are lying to me, you know? (laughs)
Tompa:
No, I am sorry… (laughs). It is just hard to think about names. You know Gojira for example is a very good band.

MR: How do you manage to split your time between At The Gates and your other bands?
Tompa:
We try really hard to manage the logistics as early as possible, what gets booked first, is what happens. If someone tries to book something else, so we say “no, we have to see…” At The Gates is very much respected, and then, we like each other so much, so that’s easy.

MR: Are you really like friends?
Tompa:
Yes, so it is comfortable, you know? Anything else? No. And we will try to see what the other guys want to do, with no problems.

MR: Thank you so much for the interview and could you please leave a message to the Brazilian fans?
Tompa:
The hospitality we have met with the fans has been great and the fans are truly dedicated from the heart, and we hope to come back very soon with some other project!

Agradecimentos à Costábile Salzano Jr. (The Ultimate Music) e Svein Sarassen.

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Entrevista realizada para o site Metal Revolution, disponível em: http://metalrevolution.net/blog/at-the-gates-apenas-tocamos-e-nos-divertimos/